Copom eleva taxa de juros para 14,25% ao ano e alerta para nova alta

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil decidiu, nesta quarta-feira (19), elevar a taxa básica de juros (Selic) em 1 ponto percentual, atingindo 14,25% ao ano. Esse é o terceiro aumento consecutivo nessa magnitude, dentro de um ciclo de elevações iniciado em setembro do ano passado. A decisão foi unânime entre os membros do comitê.

Com esse reajuste, a taxa Selic retorna ao patamar registrado entre julho de 2015 e outubro de 2016, período marcado por uma crise econômica e política que culminou no impeachment da então presidente Dilma Rousseff. Caso um novo aumento ocorra na próxima reunião, a taxa de juros atingirá o nível mais alto dos últimos 20 anos.

No comunicado oficial, o Copom destacou que o cenário econômico atual apresenta uma “desancoragem adicional das expectativas de inflação, projeções inflacionárias elevadas, resiliência da atividade econômica e pressões no mercado de trabalho”, justificando a necessidade de uma política monetária mais restritiva.

Além disso, o comitê sinalizou que, caso o cenário projetado se confirme, a próxima reunião poderá trazer um ajuste de menor magnitude. O documento enfatiza que a magnitude total do ciclo de aperto monetário dependerá da evolução da inflação, das projeções para os próximos períodos, das expectativas do mercado e do balanço de riscos.

 

Nas novas projeções, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2025 foi ligeiramente revisado para baixo, passando de 5,2% para 5,1%. A previsão para os preços livres aumentou de 5,2% para 5,4%, enquanto os preços administrados tiveram uma redução de 5,2% para 4,3%. Já as estimativas para a inflação no terceiro trimestre de 2026 recuaram de 4,0% para 3,9%, com a variação dos preços livres mantida em 3,8% e a dos preços administrados reduzida de 4,6% para 4,2%.

O Copom reforçou seu compromisso com a convergência da inflação à meta e afirmou que continuará monitorando os principais indicadores econômicos para definir os próximos passos da política monetária.